Realizou-se no auditório da Escola Superior de Educação do IPCB o XII Seminário do Mestrado em Gerontologia Social, sob o tema "Meu envelhecimento, meu direito: garantias e perspetivas". O evento reuniu cerca de 180 participantes, entre estudantes, docentes e profissionais da comunidade, num momento de reflexão crítica sobre os direitos das pessoas mais velhas numa sociedade em transformação.
Organizado pela Comissão Científica e docentes do mestrado em Gerontologia Social da Escola Superior de Educação e da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do IPCB, Maria João Guardado Moreira, Clotilde Agostinho, Ângela Simões e Marisa Candeias, o seminário contou com o apoio da Unidade de Investigação Age.Comm, Comunidades Envelhecidas Funcionais e da licenciatura em Serviço Social da ESE-IPCB.
Ao longo do dia, foram apresentados seis painéis temáticos que cruzaram investigação, prática e reflexão crítica sobre o envelhecimento e os direitos humanos. Entre os destaques, a docente Andreia Silva da Costa (ESEL) abordou o direito à saúde, enquanto o Juiz Presidente da Comarca de Castelo Branco, Dr. Miguel de Castro, apresentou a perspetiva judiciária dos direitos das pessoas idosas. Já Ricardo Crispim, doutorando em Serviço Social, analisou o papel das estruturas residenciais coletivas e o Envelhecimento Ativo como estratégias de garantia de direitos.
O seminário contou ainda com a presença de António Fonseca, docente da Universidade Católica do Porto, que falou sobre o conceito de "ageing in place", defendendo o direito a envelhecer em casa, apesar dos constrangimentos existentes. Em representação da sociedade civil, Paula Cruz (EAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza) e Afonso Pimentel (Humanitude Portugal) partilharam boas práticas e reflexões críticas sobre o apoio social à população mais velha.
Um dos momentos altos foi o painel dedicado à investigação produzida no âmbito do mestrado, que evidenciou o compromisso do IPCB com a transformação social e a produção de conhecimento aplicado. Foram apresentados os projetos finais das alunas Sandra Pires, Daniela Pereira, Carlota Damas e Dina Correia, que abordaram temas como os direitos dos residentes em lares, estratégias de envelhecimento em casa e na comunidade, redes sociais de apoio e diagnóstico das necessidades das populações envelhecidas.
Com uma abordagem crítica, atual e multidisciplinar, o seminário reforçou a importância de pensar o envelhecimento como um direito fundamental, exigindo políticas públicas, práticas profissionais e investigações que coloquem as pessoas idosas no centro da ação social.