Projeto VeraTech junta o Instituto Politécnico de Castelo Branco e o grupo Veracruz para desenvolver tecnologia inédita. Produtora de amêndoas é a primeira no Fundão a usufruir da tecnologia de comunicação LoRa.
O projeto VeraTech já deu os primeiros passos com a instalação de uma rede de sensores que irão medir, em tempo real, centenas de indicadores de produção na Herdade do Carvalhal, no Fundão.
Numa parceria que junta a produtora de amêndoas Veracruz e o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), o VeraTech tem como objetivo desenvolver um sistema de sensorização para explorações de amendoal e desenvolver um conjunto de indicadores de desempenho relevantes e impactantes na atividade agrícola, que promovem aumentos de produtividade graças à correta racionalização de recursos.
O VeraTech envolve 6 docentes e investigadores da Unidade de Investigação e Desenvolvimento (UID) em Serviços, Aplicações e Conteúdos Digitais (DiSAC - Digital Services, Applications and Content) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB): Ângela Oliveira, Fernando Ribeiro, Filipe Fidalgo, José Metrôlho, Osvaldo Santos e Rogério Dionísio, e um investigador da Escola Superior Agrária do IPCB, Paulo Fernandez.
Com base na rede de sensores pretende-se construir dashboards com os indicadores gerados em tempo real, e também dados históricos. Esta tecnologia permite analisar ocorrências não-previstas e alimentar o sistema de planeamento agrícola, ajudando a Veracruz a gerir de forma mais eficaz a produção com base na informação disponibilizada.
O arranque do projeto só é possível graças à tecnologia de comunicação LoRa disponibilizada pela Câmara Municipal do Fundão. A LoRa é disponibilizada de forma gratuita e universal em todo o concelho e permite a comunicação entre dispositivos em longas distâncias.
Em outubro de 2020, durante a colheita dos primeiros frutos, o Município do Fundão e a Veracruz assinaram um protocolo no âmbito da implementação e desenvolvimento do Centro de IoT Agrotech, uma estrutura de apoio e promoção da inovação e empreendedorismo promovida pelo Município do Fundão, que tem como objetivos alavancar a integração de soluções de IoT na economia, sobretudo nas atividades de base rural. O protocolo tem ainda como missão captar novos empreendedores e investidores, reforçar a ligação às universidades e politécnicos, reforçar as condições para acolhimento de equipas de desenvolvimento de produtos e soluções com base em processos tecnológicos, consolidar um ecossistema de desenvolvimento e validação de tecnologia IoT, desbloquear constrangimentos de natureza financeira para o desenvolvimento de iniciativas empresariais alicerçadas em novas tecnologias, divulgar as melhores práticas no desenvolvimento e aplicação de IoT em negócios de base rural e, finalmente, criar e dinamizar uma rede de networking alargada.
“O nosso foco diário é gerir de forma criteriosa todos os recursos para produzir as nossas amêndoas. Somos uma empresa de smartfarming e apostamos em parcerias como estas para atingir este objetivo. A tecnologia é uma ferramenta fundamental na Veracruz e com este projeto, teremos ferramentas que medem em tempo real indicadores como a temperatura, luminosidade, pressão atmosférica, por exemplo, e nos permitem obter análises concretas sobre a evolução da produção. Com mais dados, tomamos melhores decisões, poupamos recursos e produzimos de forma mais sustentável”, diz David Carvalho, fundador da Veracruz.
Para Rogério Dionísio e Fernando Reinaldo Ribeiro, docentes da Escola Superior de Tecnologia do IPCB e investigadores da DiSAC - Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Serviços, Aplicações e Conteúdos Digitais, esta cooperação entre as diversas entidades envolvidas, é mais um exemplo de que a colaboração entre as Instituições de ensino superior e as empresas da região permite um trabalho em conjunto, promovendo projetos inovadores e de qualidade, melhorando não só a competitividade das empresas, como também a utilização dos recursos de forma mais eficiente. Esta parceria representa mais uma oportunidade para promover a transferência de tecnologia.
O projeto VeraTech conta com um investimento de cerca de 530 mil euros e tem o apoio do Portugal 2020.
Sobre a Veracruz
O grupo luso-brasileiro Veracruz tem como missão produzir as melhores amêndoas de variedades mediterrânicas e fazer do interior de Portugal um local de referência na produção deste fruto de elevado valor nutricional. 
Com uma equipa jovem e multidisciplinar, tem em curso um investimento de 50 milhões de euros, o maior alguma vez feito no distrito de Castelo Branco, assente em smart Farming e tecnologia de ponta.  A primeira fase deste projeto foi reconhecida Projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e implica um investimento de 26,3 milhões de euros. A empresa tem como objetivo exportar mais de 70% da produção de amêndoa.

Fotos: Veracruz

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