O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) é um dos vencedores da terceira edição do Programa PROMOVE, ao qual apresentou, na categoria de projetos-piloto inovadores, a proposta “Avaliação de alternativas de remediação de massas de água afetadas por drenagem de mina, através da utilização de geomateriais”. Com coordenação de Maria Teresa Albuquerque, docente da Escola Superior de Tecnologia do IPCB, a iniciativa integra outros investigadores do Grupo de Monitorização e Remediação Ambiental do Instituto de Ciências da Terra, unidade com polos nas universidades de Évora, Minho e Porto.

O objetivo do projeto, liderado pelo politécnico albicastrense e em consórcio com a congénere eborense, passa por testar a eficiência de vários tipos de geomateriais na retenção de catiões metálicos, elementos tóxicos presentes em efluentes mineiros, responsáveis pela contaminação de cursos de água e aquíferos subterrâneos. Para além dos ensaios em sistemas hídricos da faixa piritosa ibérica, a qual abrange Alentejo e Andaluzia, o projeto contempla a construção de um modelo holístico com vista a reabilitar a água superficial nesta região transfronteiriça, muito afetada por drenagens ácidas com elevados teores em metais tóxicos, baseando-se para isso em sistemas de informação geográfica e em técnicas da estatística espacial e geoestatística.

Criado em 2018 pela Fundação La Caixa e pelo BPI, o programa PROMOVE visa estimular iniciativas inovadoras em domínios estratégicos para o desenvolvimento sustentável das zonas de fronteira do interior de Portugal, em particular as áreas correspondentes às regiões do Alto Tâmega e Trás-os-Montes, Beira Interior e Alentejo raiano, e que sejam replicáveis em territórios com características semelhantes. 

Na estreia da parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) são apoiados dez projetos-piloto, seis ideias inovadoras e três projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) mobilizadores, selecionados a partir da centena de candidaturas e propostas submetidas e avaliadas em função da sua qualidade e exequibilidade, impacto territorial ou sustentabilidade. 

Na tipologia dos projetos-piloto, orientados para empresas, sistema científico e tecnológico nacional ou entidades privadas sem fins lucrativos, os subsídios ao investimento vão até 75 por cento, num apoio máximo de 150 mil euros por projeto, com a duração limite de três anos e centrado nos domínios da prevenção de riscos naturais e gestão eficiente de recursos, na criação ou consolidação de polos de especialização orientados para mercados externos, e na valorização do capital ambiental, paisagístico e patrimonial para atração de turistas e residentes. Já no concurso de ideias inovadoras, destinado a estudantes de instituições de ciência e ensino superior, cada proposta vencedora é galardoada com €5.000. 

Quanto à estreante linha de apoio a projetos de I&D mobilizadores, a aposta recai no conhecimento, tecnologia e inovação, valorizando recursos e competências locais e o reforço de meios humanos qualificados em domínios específicos como as águas termais, os parques e reservas naturais, os estudos sobre riscos biológicos, ou as novas culturas e produtos naturais. Às unidades de I&D ou consórcios com o setor público empresarial e empresas validados é concedido um apoio mínimo de €150.000, num máximo de 80 por cento do projeto com duração de até três anos. 

Nas edições anteriores do Programa PROMOVE foram premiadas duas dezenas de projetos e ideias alocados a dez municípios, num investimento global de 1,4 milhões de euros. Presentemente, a dotação financeira a fundo perdido ultrapassa os 2,5 milhões.

Partilhe