Concerto do Coro Geral da ESART no dia 17 de março no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, pelas 17H00.
Contará com o reportório de Dan Forest, Requiem for a Living, dirigido pelo maestro Gonçalo Lourenço.
Participam Ana Beatriz Gouveia, Soprano, Rúben Fernandes, Tenor, bem como, a participação da Pianista Ekaterina Degtiareva.
 
Entrada Livre
 
Programa
Requiem for the Living de Dan FORREST (n. 1978)

Intróito – Kyrie
Vanitas Vanitatum
Agnus Dei
Santo
Lux Aeterna
 
Dan Forrest, pianista e compositor de renome mundial, nasceu em 1978, em Elmira, Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Ao longo do seu percurso académico que incluiu o mestrado em performance de piano, estudos avançados em teoria musical e doutoramento em composição, ganhou varridíssimos prémios. A sua produção abarca obras corais, instrumentais, e orquestrais, muitas das quais publicadas por importantes editoras. Também pelas composições, recebeu inúmeros prémios e distinções, tendo a sua música se consolidado no repertório para coro num universo internacional através de festivais, gravações, emissões de rádio e de televisão, etc. Foi docente e coordenador de departamento de teoria musical e composição no ensino superior, nomeadamente nas Universidades de Kansas e Bob Jones University, mas como a atividade de compositor se tornou cada vez mais intensa, deixou a academia para se dedicar à composição a tempo integral.
O Requiem for the Living foi composto na sequência de uma encomenda da Sociedade Coral de Hickory, situada na Carolina do Norte, dirigida por Don Colema, por ocasião do 35º aniversário do coro e estreado em março de 2013. Na sua essência um Requiem é uma missa oferecida para o repouso da alma ou almas das pessoas falecidas, usando uma forma particular do Missal Romano. A obra de Dan Forrest é dedicada simultaneamente aos defuntos e aos vivos, formando uma narrativa da própria luta das pessoas em relação com a dor e a tristeza, incluindo textos bíblicos de Eclesiastes e do Livro de Jó, e ainda trocando a sequência de alguns textos. Foi composta em cinco andamentos, para coro e solistas e para várias combinações instrumentais, realizando-se hoje com acompanhamento de piano. A sua organização gravita à volta do número três, na estrutura formal, motívica e harmónica, representando a unidade divina, a Santa Trindade. Esse número é evidente no motivo inicial que reaparece e se desenvolve ao longo da obra, pelo desenho tripartido de cada andamento, pelos muitos motivos com a utilização de uma terceira descendente, pelas numerosas relações medianas entre acordes e pelas tríades harmónicas estendidas. Na maioria dos andamentos, melodias longas começam geralmente de forma suave e misteriosa e se desenvolvem em direção a um final brilhante O espírito da obra é estabelecido logo no início com um prólogo instrumental sombrio e refinado seguindo-se o texto tradicional do Intróito e Kyrie do Requiem, onde há apelos para o descanso e misericórdia, usando como recurso musical elaborações cada vez maiores de um simples motivo descendente de três notas. O segundo andamento, bastante tempestuoso, Vanitas Vanitatum, visa a transitoriedade de tudo o que é vivo, baseando-se em textos em latim que não fazem parte do Requiem, em substituição da sequência Dies Irae. Justapõe gestos rítmicos agressivos com linhas melódicas longas e flutuantes, incluindo citações do Kyrie do primeiro andamento. No terceiro andamento, Agnus Dei, com outra textura, com uma voz solista, é retomado o texto tradicional, mas coloca esse texto um pouco antes do que cairia na forma típica de réquiem. No quarto andamento segue-se o texto tradicional do Sanctus, com três secções distintas, mas desenvolvendo o mesmo motivo musical, retratando «os céus e a terra estão cheios da Tua glória». No último andamento, Lux Aeterna, é acrescentado outro texto bíblico ao tradicional, tendo como resultado uma paz maravilhosa que pode ser uma oração tanto para os vivos quanto para os mortos.

Partilhe