Decorreu no dia 19 de setembro, no Campus do Instituto Politécnico de Tomar, o Colóquio de encerramento do projeto CLIMRisk “Medidas de adaptação às alterações climáticas na gestão dos riscos naturais e ambientais” (www.climrisk.ipt.pt), desenvolvido no âmbito de um consórcio que integra os Institutos Politécnicos de Castelo Branco, Leiria e Tomar, e as Câmaras Municipais de Ourém e Ferreira do Zêzere.

Liderado pelo Instituto Politécnico de Tomar, o projeto resultou de uma candidatura no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT) tendo-se iniciado em setembro de 2017. É constituído por uma equipa multidisciplinar, com 14 investigadores divididos por várias áreas de investigação (Clima, SIG, Floresta, Ambiente, Inundações, Erosão Costeira, Focus Group), contando ainda com colaboradores externos de outras instituições. A área de estudo engloba 100 municípios da região centro (NUT II).

Ao longo do projeto, as temáticas relativas às alterações climáticas foram debatidas com elementos da comunidade dos municípios de Ferreira do Zêzere, Ourém e Leiria, tendo resultado, entre outras iniciativas, na elaboração de um Manual de Boas Práticas.

De entre os resultados obtidos, verificou-se um aumento global da temperatura média para o período entre 2041-2070 em todas as estações, com particular expressão no verão. As anomalias da temperatura média indicam um aumento entre 1,6 a 2,7°C para o verão. As regiões mais afetadas serão as do interior norte e sul. Na área de estudo, os concelhos do interior (Vila de Rei, Sertã, Sardoal, Abrantes, Mação, Proença-a-Nova e Oleiros) serão os mais afetados, com particular intensidade no outono e verão.

Para a precipitação, os resultados apontam para uma diminuição global em todas as estações, com exceção do inverno, para o qual se prevê um aumento até 28 mm no nordeste, sendo residual a Sul do Tejo (Alentejo e Algarve). Os resultados indicam que as regiões mais afetadas serão as do noroeste de Portugal (litoral). Na área de estudo, os concelhos do interior (Oleiros, Sertã, Ferreira do Zêzere, Vila de Rei, Mação, Proença-a-Nova) serão os mais afetados, com particular intensidade no outono e na primavera.

Na bacia hidrográfica do rio Lis, foram analisados os impactes decorrentes dos vários cenários climáticos e os resultados apontam para que, no período 2041-2070, ocorram mais eventos de inundação, com cerca de 40 dias com caudal superior ao caudal associado à cheia centenária.
Na região Centro, os resultados projetam um aumento do índice meteorológico de perigo de incêndio (FWI) para o período entre 2041-2070, com a consequente previsão de um acréscimo da área ardida no território rural.
 
Foto: Instituto Politécnico de Tomar
 

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