Decorreu nos dias 14, 15 e 16 de novembro o 1.º Congresso Internacional Comunidades Envelhecidas Desafios para o Desenvolvimento, organizado pela Unidade de Investigação Interdisciplina - Comunidades Envelhecidas Funcionais – Age.Comm, do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
A iniciativa contou com cerca de 200 participantes, de diferentes áreas científicas, tendo sido apresentadas 102 comunicações orais e 31 pósteres, da autoria de investigadores provenientes não apenas de Portugal, mas também de Espanha, Brasil, Canadá. Estes trabalhos resultam de investigação, projetos ou reflexões metodológicas sobre o impacto do envelhecimento nas populações e nas comunidades e estarão brevemente disponíveis no livro de resumos do congresso. Alguns serão publicados em revistas parceiras do congresso (Revista EGITANIA SCIENCIA, Revista Ibero-Americana de Saúde e Envelhecimento, Revista de Psicologia- INFAD - International Journal of Developmental and Educational Psychology e Revista Portuguesa de Estudos Regionais).
Das conferências plenárias destacam-se as reflexões criticas sobre o conceito do envelhecimento ativo, analisadas sob a perspetiva do desenvolvimento humano, trazidas pela Professora Rócio Ballesteros (Professora Emérita da Universidade Autónoma de Madrid), a análise da evolução do conceito de envelhecimento ativo e pistas para a sua operacionalização em Portugal, apresentadas pelo Professor António Fonseca (Universidade Católica do Porto), e também as reflexões sobre os desafios que se colocam nos países desenvolvidos à gestão do envelhecimento nas próximas décadas, num mundo em profunda mudança, partilhadas pelo Professor David Reher (Universidade Complutense de Madrid). Malcolm Payne (Professor Emérito das Universidades Metropolitana de Manchester e Kingston University de Londres) falou sobre o trabalho social como ferramenta para a cidadania e participação social das pessoas idosas e das suas comunidades. No painel final discutiram-se os desafios das sociedades envelhecidas através do olhar crítico de Assunção Vaz Patto (Universidade da Beira Interior), Carina Dantas (Cáritas de Coimbra) e Maria Luís Rocha Pinto (Universidade de Aveiro), com moderação de Nuno Francisco do Jornal do Fundão. Também a Oficina de Projetos de Inovação para o Desenvolvimento de Comunidades Envelhecidas permitiu conhecer algumas das boas práticas de trabalho feitas na comunidade com os idosos.
As conclusões apresentadas apontam para a necessidade de adaptar políticas às necessidades das populações, decorrente do previsível aumento da longevidade. Também os territórios deverão estar preparados para este fenómeno, e dessa preparação são necessárias medidas que promovam a participação social, o desenvolvimento e a coesão social, reformulação das respostas e serviços existentes de forma a promover uma articulação dos diferentes atores sociais para um envolvimento concertado da sociedade, de forma a garantir a identificação e eliminação das barreiras à participação social e garantir que todas as dimensões do ciclo de vida sejam contempladas. Destacou-se ainda a importância do trabalho das instituições de ensino superior e dos seus centros de investigação, contribuindo para o desenvolvimento de dinâmicas e estratégias de inovação, trabalhando em estreita inter-relação com os atores locais, regionais e nacionais.
Do balanço positivo, quer da organização quer dos múltiplos participantes, foi assumido o compromisso de novo congresso, a realizar em 2021.

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